sexta-feira, 28 de outubro de 2022

Estão prostituindo a noiva de Cristo

Querido irmão e querida irmã em Cristo, gostaria de trazer-lhe uma reflexão muito pontual ao que temos visto acontecer no momento das eleições 2022.

Temos visto atualmente um apoio institucional, incondicional, acrítico e desenfreado por parte da maioria das igrejas evangélicas, assim como em 2018, à reeleição do atual presidente da república.


Os púlpitos trocaram o ato de refletir a imagem do Deus invisível pelo ato de refletir a imagem de um candidato. Deixaram de pregar o amor a Deus acima de todas as coisas para pregarem o voto a um candidato acima de todas as coisas. A Bíblia condena este pecado e o chama quando deixamos de adorar a Deus para adorar outras coisas ou pessoas de idolatria.


É comprovado estatisticamente pelos dados das pesquisas de intenção de voto que mais de 60% dos evangélicos desejam votar em Bolsonaro. Também estão circulando, nas diversas redes sociais, vídeos em que pastores fazem campanha clara no púlpito para Bolsonaro, e em que irmãos do louvor fazem musiquinhas de cunho gospel ou até mesmo de funk cantando para Bolsonaro. Então, fica um pouco claro que a minoria que não concorda com essa atitude e que declarou voto em Lula está tentando dialogar e ser ouvida, sem muito sucesso, numa forma de protestar a esse movimento bolsonarista dentro das igrejas.


Temos visto também que, ao idolatrarem Bolsonaro, seus seguidores se tornaram muito parecidos com ele: em vez de amar o próximo, oprimem, manipulam inverdades como verdades, ofendem as pessoas e defendem seus posicionamentos com discurso de ódio. O último acontecimento do aliado Roberto Jefferson ao atual presidente nas eleições de ter disparado tiros de fuzil e jogado granada contra oficiais da Polícia Federal explicita até onde esse armamento descontrolado atrelado a um ódio desmedido pode tragar seus seguidores e colocar em risco a vida de muitos:


Aqueles que fazem ídolos e neles confiam são exatamente iguais a eles. (Salmos 115:8, NVT)


Existem vários vídeos que também circulam nas muitas redes sociais em que Bolsonaro diz que a especialidade dele é matar, que não tem problema ocorrer uma guerra civil, em que morram pelo menos uns 30 mil. Esse tipo de fala reflete seu descaso total perante ao valor da vida do seu próximo e diante de qualquer barbárie que possa haver decorrente do armamento da população. A maneira do então presidente de lidar com a pandemia e de não desenvolver qualquer política pública ou uma ação planejada e aliada ao Ministério da Saúde e a instituições de ciência respeitadas confirmou a sua indiferença com a morte de quase 700 mil mortos de brasileiros – sem contar as frases que ele soltou quando era questionado: "Não sou coveiro", "E daí?", entre tantas outras.


Ver muitos pastores, líderes e pessoas do mundo gospel apoiando e declarando "voto cristão" a uma pessoa que tem esse tipo de comportamento ao seu semelhante (que se desmonstra ser totalmente desumano) me intriga demais.


A idolatria ao atual presidente por parte de seus seguidores e líderes nas igrejas está legitimando na sociedade todos os tipos de pecados abomináveis: racismo, xenofobia, misoginia, sexismo, pedofilia, violência, intolerância religiosa e política, discurso de ódio, armamento como forma de defesa e ataque, crimes eleitorais, disseminação de mentiras, prostituição da Igreja ao comprar a ideia de projeto político de poder, ênfase no projeto político de poder e não na pregação do Evangelho, descredibilidade do Evangelho perante aos não cristãos, etc.


Se o objetivo de apoiar o Bolsonaro era favorecer a expansão do Reino de Deus e do Evangelho, querido irmão e querida irmã, você pode ter total certeza de que esse movimento do bolsonarismo está fazendo exatamente o contrário. Não estou me referindo à expansão da Igreja em número, pois isso já temos, mas em discípulos. Está sendo um tiro no pé! E quem atira para dentro, causando divisão dentro das igrejas, é Satanás! 


Talvez seja exatamente por esse crescimento em números e não em discípulos (vivendo os mandamentos de Jesus) que vemos os seguidores de Bolsonaro fazendo o que fazem.


Por isso, agora eu lhes dou um novo mandamento: Amem uns aos outros. Assim como eu os amei, vocês devem amar uns aos outros. Seu amor uns pelos outros provará ao mundo que são meus discípulos. (João 13:34,35, NVT)


Quando vemos pastores e líderes expulsando suas ovelhas das igrejas por não apoiarem Bolsonaro (conforme relata a matéria da BBC), eles estão amando suas ovelhas como Jesus amou? O mundo consegue ver por meio dessa atitude que são verdadeiros discípulos de Jesus?


Meu irmão e minha irmã, não se engane: nunca foi tão difícil ser cristão nesse período. Nunca foi tão difícil pregar o Evangelho. Estamos precisando evangelizar aqueles que se dizem os próprios crentes. Tenho visto filósofos ateus utilizarem versículos da Bíblia para rebater tais atitudes e evangelizarem os próprios cristãos, principalmente no que se refere a propagar mentiras, tais como:


Os lábios mentirosos são detestáveis para o Senhor, mas os que dizem a verdade lhe trazem alegria. (Provérbios 12:22, NVT)


Não mintam uns aos outros, pois vocês se despiram de sua antiga natureza e de todas as suas práticas perversas. Revistam-se da nova natureza e sejam renovados à medida que aprendem a conhecer seu Criador e se tornam semelhantes a ele. (Colossenses 3:9,10, NVT)


Por que vocês não entendem o que eu digo? É porque nem sequer conseguem me ouvir! Pois são filhos de seu pai, o diabo, e gostam de fazer as coisas perversas que ele deseja. Ele foi assassino desde o princípio. Sempre odiou a verdade, pois não há verdade alguma nele. Quando ele mente, age de acordo com seu caráter, pois é mentiroso e pai da mentira. (João 8:43,44, NVT)


Com esse movimento dos não cristãos em tentar alertar a igreja, vemos que as pedras tem clamado quando aquela que se diz Igreja não a está sendo de fato, conforme alertou o próprio Senhor Jesus:


Ele, porém, respondeu: "Se eles se calarem, as próprias pedras clamarão!". (Lucas 19:40, NVT)


E depois disso tudo, quem dará credibilidade à pregação do Evangelho de quem apoia Bolsonaro? Quem vos ouvirá?


Querer apoiar um candidato ou outro por familiaridade a posicionamentos políticos, está tudo bem; mas não envolva Jesus nisso, não envolva a moral de Jesus nisso. Ele nunca aspirou o poder romano nem nunca nos ensinou a apoiar projeto de poder para estabelecer o Seu Reino, pois o Reino dele não é deste mundo:


Jesus respondeu: "Meu reino não é deste mundo” (João 18:36, NVT)


Por isso, amado irmão, amada irmã, independentemente de sua escolha a um candidato ou outro, já perdemos com essas eleições: perdemos o amor para com os nossos irmãos, deixamos de provar ao mundo que amamos uns aos outros trazendo divisão e perseguição dentro das igrejas, aliamos o Evangelho de Cristo a um reino terreno e estamos colocando a defesa dos nossos valores nas mãos do Estado e não na mentalidade de Cristo.


Sendo assim, estão prostituindo a noiva de Cristo e, mais uma vez, ela é maculada, e sua honra é manchada, por aliarmos o nome de Deus, que é perfeito e santo, a um candidato ímpio (mas que se diz cristão) que profana o nome de Deus, copiando um slogan de Hitler da Alemanha, para obter seu projeto de poder consolidado.


Com qualquer resultado nessas eleições, toda a Igreja e o corpo de Cristo precisam se arrepender para voltarmos a falar com familiares e parentes, amigos e irmãos em Cristo.


Arrependam-se enquanto há tempo. 


Busquem o Senhor enquanto podem achá-lo; invoquem-no agora, enquanto ele está perto. (Isaías 55:6, NVT)


A paz do Nosso Senhor Jesus Cristo a todos os irmãos cristãos brasileiros,

Milena Moraes

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